Nunca se viu tanto arco-íris nos logos de grandes marcas e isso é ótimo
O mês de junho já é reconhecido no mundo todo como o mês da diversidade, quando setores da sociedade civil se unem para celebrar a luta contra a discriminação e, acima de tudo, pressionar o poder público pela garantia de direitos das pessoas LGBTQIA+. A campanha antecede o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, comemorado no dia 28.
A luta de uma classe que busca cada vez mais representatividade, respeito e o fim da violência parece ter encontrado em diversas marcas eco para suas reivindicações e apoio para a causa. Basta navegar por alguma rede social, seja LinkedIn, rede profissional, ou mesmo Instagram e Facebook, para perceber a enorme quantidade de empresas que se aproveitaram da comemoração e estamparam seus logos com a bandeira do arco-íris, símbolo do movimento.
Mas será que essas corporações estão realmente preocupadas com a questão, ou querem apenas parecer mais engajadas perante seu público, com um discurso politicamente correto, pegando carona no movimento? Será que adotam alguma norma de governança, coibindo a discriminação entre seus colaboradores? Como tratam funcionários e clientes assumidamente homossexuais, ou transexuais?
Uma coisa pode não invalidar a outra. Mesmo que por razões comerciais, é preciso enxergar com bons olhos o posicionamento destas empresas. O fato de marcas como Gol, Latam, Bradesco, Itaú, Natura, MRV, só para citar algumas, lançarem luz para a questão LGBTQIA+, com toda a força e visibilidade que seus orçamentos de marketing permitem já é um ganho para causa, principalmente de visibilidade: além de comunicarem a todo o seu público (consumidores, fornecedores, funcionários) uma posição cara a favor do movimento, ajudam a colocar o assunto em discussão, o que é sempre muito válido.
No entanto, mais que estampar seus perfis nas redes sociais com imagens de apoio à luta do movimento, a atitude dessas empresas internamente, no dia a dia com seus colaboradores, faz um bem muito maior não só à causa, como a toda a sociedade. Práticas de governança sérias, combatendo a discriminação, por exemplo, podem não trazer muita visibilidade às marcas, mas são bastante eficazes, garantindo a essas pessoas um ambiente saudável e seguro para executarem seu trabalho. Esse pensamento deve estar presente também no momento da contratação, levando-se em conta a competência profissional e não a orientação sexual do candidato.
Quando práticas com estas são comuns dentro das empresas, a adesão à campanha fica mais verdadeira, pois reflete um posicionamento existente na corporação, compartilhado por todos os seus colaboradores. Que mais marcas possam assumir sua posição no combate ao preconceito, transformando seu ambiente de trabalho, disseminando essa mensagem a todo o seu público. A comunidade LGBTQIA+ (sim, todas as letrinhas importam) não quer nenhuma regalia ou vantagem a mais, apenas igualdade de direitos e oportunidade de exercer seu trabalho como qualquer outro colaborador. O melhor de tudo é que nessa luta ninguém perde, todos ganham.
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