Carl Sagan e o legado do “Saganismo”
- Marco Piquini
- 25 de set.
- 2 min de leitura

Quando um vídeo do astrônomo americano Carl Sagan aparece na timeline de uma das redes que frequento, paro o mundo e presto atenção.
A voz dele é pausada, a dicção claríssima, as entonações perfeitas. Mas é o pensamento cristalino que arrasta a gente.
Não é por acaso que ele, morto há quase 30 anos, continua sendo um dos maiores, senão o maior, entre os divulgadores científicos. Sagan conseguia tornar o inexplicável compreensível, de forma brilhantemente simples.
Nas estantes de casa, guardo uma fileira de livros dele:
Bilhões e bilhões, sobre o tamanho do universo.
Dragões no jardim do Éden, que descreve a evolução humana pela ótica da astrobiologia, incluindo uma fascinante explicação sobre a conexão entre o uso do polegar humano e o desenvolvimento do córtex cerebral.
O mundo assombrado pelos demônios, uma ode à ciência e à necessidade do pensamento crítico.
Tenho também o Pálido ponto azul, inspirado em uma das imagens mais poderosas já feitas.
Em 1990, a sonda Voyager 1, a 6 bilhões de quilômetros da Terra, registrou uma foto do nosso planeta como um pequeno ponto perdido na imensidão cósmica. A ideia foi do próprio Sagan, que sugeriu que a câmera da sonda fosse virada para a Terra antes que ela rompesse as fronteiras do Sistema Solar.
O resultado é uma imagem que virou lição de humildade para a humanidade.
Sobre ela, Sagan escreveu:
“Minha visão é que nós somos como ácaros na casca de uma ameixa, e essa ameixa é um planeta que gira em torno de uma insignificante estrela, o Sol, e essa estrela se localiza na periferia obscura de uma galáxia comum, a Via Láctea, que contém 400 bilhões de outras estrelas, e essa galáxia é só uma entre cem bilhões de outras galáxias que compõem o Universo. E esse Universo é apenas um entre um número enorme, talvez até um número infinito de outros universos fechados. Então a ideia de que somos centrais, que somos a razão da existência de um universo, é patética.”
Carl Sagan. Concorde você com ele ou não, é leitura obrigatória.
Os fãs até criaram um termo: Saganismo. Ele, certamente, desaprovaria.








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